Iniciada a comunidade em Março de 2016, completou ontem dia 7, dois anos de existência.
O objetivo principal subjacente à ideia e criação desta comunidade, foi também abrirmos ao meio, aos frequentadores da Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos. Assim, com os responsáveis do pelouro da cultura, nomeadamente a desse equipamento, foi estabelecido um protocolo que permitia a utilização do seu auditório para o encontro mensal dos participantes da «comunidade de leitores APRe!»
Ontem, ao festejamos o seu aniversário (com bolo e doces) três colegas da comunidade, em jeito poético, deambularam por alguns dos livros escolhidos em cada uma das sessões realizadas desde o início, que se transcreve:
Vejo, tens de, também, perceber,
que bom é rir/sorrir /divertir
com as personagens em ação.
Sofrer /compreender
viajar e as tradições conhecer…
Por exemplo, queres saber?
Que a rapariga/ que no comboio seguia
até podia
O livreiro de Cabul conhecer.
E quem sabe se O Estrangeiro não estaria
Na varanda do Frangipani
Onde, sentado em a Arca, veria
A sombra do vento que aquela árvore abanava
enquanto recordava
os acontecimentos da primavera de Praga
E não ria nem esquecia.
Pela Espanha, guerra mundial e também local
Uma rapariga «entre costuras a vida» passava/ enquanto espiava.
África e América que, unidas, darão Africanah
Que, na sua terra natal , afinal
viverá. «Para Sempre?»
Às vezes segue a Vida em Surdina
no recôndito dos locais, longe das gentes,
onde vivem os superinteligentes
com contas de vidro jogando
e nem sempre encontrando, mas por vezes sim,
o caminho de O Retorno.
Voltando, de novo, a terras do tio Sam
Quem sabe, recordar Detroit
donde um postal se pode mandar.
E à India um pulinho dar
à procura de desvendar
um grande mistério.
O da suprema felicidade.
Aquela que, de certa maneira,
sentia Ângela fumando sentada
junto às cinzas da lareira
quando não tinha mais nada…
Será que pensava como católica ou protestante?
Naquela Irlanda distante,
lembraria/ em algum dia
o Lázaro ressuscitado
e o Evangelho de que ele falaria?
Também houve momentos de poesia, com Álvaro de Campos, Depus a Máscara in “Poemas”, Augusto Gil e , em Homenagem a FLORBELA ESPANCA, foram lidos poemas seus com especial destaque para “Mulher” para comemorarmos também o DIA da MULHER”.
No final cantamos com Luís Represas “Ser Poeta” de Florbela Espanca.
Mas porque a tarde era longa terminamos em grande e fomos todos ver o grande espectáculo “MACBETH” ao TNSJ.
A Comunidade, apesar de existir há apenas dois anos, permitiu que, apesar de muitos de nós só nos conhecermos a partir desse momento, que se criassem laços de partilha permitindo uma convivência saudável e amiga entre todos.
Por isso é necessário um obrigada muito especial à EUGÉNIA FARIA, COORDENADORA DA COMUNIDADE de LEITORES, pelo trabalho desenvolvido com sabedoria, paciência e resiliência.