Que país queremos ter dentro de dez anos? Não vejo nem ouço nenhum político a responder a esta pergunta
- “ajudar os trabalhadores mais prejudicados” (melhorando a sua empregabilidade e mobilidade para setores ou regiões em desenvolvimento), através da educação e da qualificação;
- “infraestruturas de qualidade e boas políticas de transportes, com investimento na “conectividade física e digital” e na “inovação e desenvolvimento” (I&D);
- “condições para que empresas prosperem da economia global”, diminuindo “barreiras” burocráticas e promovendo “a concorrência”.
Nestes três pilares, Portugal ainda precisa de trilhar um longo caminho. Com tempo e estratégias definidas, poderemos ter a capacidade de nos munirmos de ferramentas para enfrentar melhor o futuro.
Se utilizarmos o tempo que nos resta em guerras políticas, então perderemos a corrida da competitividade e sofisticação. Se queremos ser um país vencedor e coeso é bom tomar nota de uma outra frase proferida por Ángel Gurría: “Hoje, temos a convicção de que a justiça social é uma questão ética, moral, política, mas é também uma questão económica. Uma desigualdade crescente torna-se um obstáculo muito importante para o crescimento”, afirmou. Impressiona-o o facto de “a média dos rendimentos dos 10% mais ricos ser agora dez vezes superior à média dos rendimentos dos 10% mais pobres” quando “este valor era somente sete vezes superior há 25 anos”. E de “em Portugal este rácio [ser] superior à média da OCDE”. A mim também me impressiona e preocupa. Que país queremos ter dentro de dez anos? Não vejo nem ouço nenhum político a responder a esta pergunta.
Rosália Amorim