Os serviços de meteorologia e de protecção civil cumpriram o seu ofício, a propósito da passagem do furacão Alex por algumas ilhas açorianas. A população precaveu-se para o pior. Felizmente, o Alex resolveu passar uns quilómetros distante da costa e as suas maléficas consequências foram relativamente escassas.
Os meios de informação puseram-se a postos, como é óbvio. Com enviados especiais, para além dos profissionais que lá trabalham. Muita chuva, vento forte, mar agitado que, porém, por aí ficou. Os meios televisivos tabloidizados deixaram de ter matéria para agitar o país e aumentar as audiências. Desconsolados, tudo fizeram para repetir imagens (algumas de arquivo) e multiplicar artificiosamente o enredo. Jornalistas desfizeram-se em relatos despenteados para acicatar a emoção, entre chuva e vento. Vinte e quatro horas depois – e certamente para “amortizar” o custo da operação montada – havia canais que continuavam a repetir o que não aconteceu, quase implorando o regresso do Alex, entretanto em viagem turística para a Groenlândia.
O antes. E o depois sem que houvesse o durante. Que pena, pensarão!
António Bagão Félix
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