Fórmula de cálculo de atualização das pensões está suspensa desde 2010. Não é certo qual o impacto nas reformas acima de 1,5 IAS
Segundo a informação divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística, a inflação média dos últimos 12 meses sem habitação fixou-se em novembro em 0,39%, sendo este um dos indicadores, a par do crescimento do produto interno bruto, que serve de referência à atualização do indexante de apoios sociais (IAS) e das pensões. De acordo com as regras da lei de 2007 (e que tem estado congelada), todas as pensões são atualizadas quando o PIB cresce acima de 3% ou de 2%. No entanto, quando o crescimento da economia é inferior a 2% (como tem sucedido) apenas as pensões de valor até 1,5 IAS (628,8 euros) são aumentadas à luz da inflação. Um universo de 1,6 milhões de pensionistas da segurança social (46% do total) e de cerca de 100 mil da Caixa Geral de Aposentações (7% do total) irão ter um ligeiro aumento na sua reforma a partir de janeiro do próximo ano. Para cerca de 600 mil destes reformados será a primeira subida desde 2009.
A atualização de todas as pensões até 1,5 IAS resultou dos acordos que o PS formalizou com os partidos à sua esquerda. Inicialmente, os socialistas previam apenas mexer nas pensões sociais, do regime agrícola e do primeiro escalão das pensões mínimas (até 262 euros), o que implicaria um acréscimo de despesa de cerca de 33 milhões de euros. A decisão de alargar o universo de beneficiados, como consequência da recuperação das regras de atualização automática, duplica a fatura, para os 66 milhões de euros. Este cálculo foi adiantado pelo PS em novembro, quando se esperava que o IPC rondasse os 0,3%. Tendo em conta os 0,39% agora reportados, a despesa será maior. O Dinheiro Vivo tentou saber junto do Ministério das Finanças qual será o impacto real, mas não obteve resposta em tempo útil.