A Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) alerta para a urgência de um programa nacional prioritário para as doenças reumáticas e musculoesqueléticas na década de 2020-2030, avisando que a pandemia está a fazer aumentar estas doenças.
Em declarações à Lusa, a presidente da SPR, Helena Canhão, avisa que os reumatologistas cada vez têm mais doentes a queixarem-se, por falta de computadores e cadeiras adaptadas ao teletrabalho, têm mais artroses e, adverte que “se o diagnóstico não for feito adequadamente e seguido de uma boa fisioterapia (…), no futuro haverá repercussões”.
“Mesmo os adolescentes estão mais sedentários, não vão atingir o pico de massa óssea, vai haver mais osteoporose, mais fraturas. Os idosos estão mais em casa a perder massa muscular e massa óssea e tudo isto acaba por diminuir a autonomia, ter influência na qualidade de vida e também na saúde mental”, explica.
Helena Canhão afirma que “as tendinites e as dores cervicais e lombares estão aumentar imenso” e recorda que os idosos, antes da pandemia, ainda faziam alguns passeios que ajudavam a manter a mobilidade.
“Os idosos faziam algumas compras e davam os seus passeios e agora estão muito mais isolados, por causa da pandemia, perdem massa muscular, ficam mais desequilibrados, caem mais, aumentam as fraturas e tudo isto aumenta as outras complicações e aumenta a mortalidade. A maior parte dos idosos que tem fraturas ou fica dependente ou morre”, acrescenta.