Famalicão

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Apresentação da APRe!  em Famalicão

Na senda do que vimos tentando (o alargamento do número de associados e a presença da “APRe!” pelo país inteiro), decorreu hoje, em Famalicão, uma reunião em que participaram, para além dos dois associados que se propuseram para as tarefas de dinamização na zona, elementos dirigentes do Norte e a presidente da Direcção, Drª Maria do Rosário Gama.

No belo espaço que para o efeito se conseguiu (a “Casa do Território”, no “Parque da Devesa”), estiveram presentes dezenas de reformados, boa parte dos quais acabaria por se inscrever ou deixar os seus dados de contacto ali mesmo, no fim da reunião. Dito isto, fica quase dito o grau de mobilização atingido e o sucesso que foi a reunião.

Com efeito, bastou ouvir as intervenções dos presentes para adivinhar que teríamos ali novos associados. E ficou patente a vontade dos que vieram: integrar-se na “APRe!” significa para eles dar força a um combate que consideram imprescindível.

Era de prever. Não só a sucessiva degradação dos nossos rendimentos e o ponto inimaginável a que se chegou, no que toca aos “cortes”, alteraram as nossas condições de vida como a espécie de cobardia política demonstrada por um governo apostado em violar as bases de coesão social e os princípios de um Estado de Direito – que consagra a protecção dos cidadãos contra a lei da selva – são factores que, por si sós, explicam a revolta que tem crescido entre os reformados. A razão é essa, antes de mais: na sua teimosia descarada em fustigar os fracos, isentando de sacrifícios os fortes, este governo consegue ter contra ele todos quantos se sentem companheiros de infortúnio – seja qual for a área política em que se revêem.

Antes de passar a palavra à Rosário Gama, Eduarda Neves, tendo apresentado os objectivos, e exposto o modo como decorreria a reunião, focou o que está em causa, neste momento, salientando que a nossa luta precisa de núcleos fortes – e de mais gente.

A Presidente deu a conhecer a “APRe!”, enunciando alguns dados quanto aos reformados inscritos e referindo que todos os dias lhe chegam casos dramáticos. Enumerou as actividades da associação, aludindo sumariamente a tudo quanto já fez, e salientou as iniciativas em curso. E deixou, no fim, o seu modo de ver, mais ou menos nestes termos:

Se vamos reverter esta situação? Não sei. O que sei é que, se não reagirmos, não vamos conseguir nada. E a verdade é que temos conseguido alguma projecção. Hoje, como bem sabemos, já toda a gente fala da “APRe!”

Dos que a seguir intervieram, e só para deixar exemplos mais reveladores do ânimo geral, houve quem se dissesse pronto para qualquer acção que a “APRe!” projectasse (para seja o que for, para tudo!); houve quem dissesse que, em seu entender, a “APRe!” devia ainda mostrar-se mais contundente no discurso e agressiva nas formas de luta; e houve quem referisse um passado de luta, antes do 25 de Abril, para se dizer também disposto a ela, sem medo, agora.

De todos, e por todos, escolho salientar um momento que me parece poder traduzir aquilo por que muitos de nós passam – e com que todos facilmente nos identificaremos:

Estão a roubar-nos as reformas… e o sono. A mim, que nunca tive problemas de sono, estão a roubar-mo – a roubar-me o descanso e o sono. Acordo a meio da noite: que canalha é esta que se apossou de Portugal? Já não conseguimos dormir. O que fizeram à nossa vida, ao nosso sono?

Aida Santos