Casos de legionela no S. Francisco Xavier sobem para 19

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“Isto não é um acontecimento extraordinário”, afirma Graça Freitas, garantindo que estão a ser aplicados os planos de contingência previstos para estes casos

O número de casos de infetados com legionella no Hospital S. Francisco Xavier subiu esta noite para 19, mas a DGS desdramatiza o surto e assegura que “nada falhou”.

“Não falhou nada. (…) Há um equilíbrio entre o que conseguimos fazer para contrariar a Natureza e a própria Natureza”, disse a diretora-geral da Saúde, Graça freitas, em conferência de imprensa, em Lisboa, acrescentando que “nem sempre as melhores medidas conseguem contrariar esta dinâmica das bactérias”.

As declarações foram feitas quando o número de casos confirmados eram 18, tendo o 19.º infetado sido diagnosticado cerca de duas horas mais tarde.

“Isto não é um acontecimento extraordinário”, disse esta responsável. “Em Portugal temos 200 casos [de doença dos legionários] por ano, com pequenos surtos”.

No briefing aos jornalistas, Graça Freitas afirmou que um dos doentes já teve alta e os restantes “estão internados estáveis”, ainda que três estejam “em cuidados intensivos”. Há ainda um paciente que, ainda que tenha contraído a infeção no S. Francisco Xavier, optou por ser internado num hospital particular.

Segundo Graça Freitas, está em prática o plano de contingência previsto para casos deste género.

“A bactéria [da legionella] é comum na natureza”, disse a atual líder da Direção Geral de Saúde (DGS). “Estas bactérias vivem na água quente e temos tido um outono particularmente quente”.

A origem da doença está na água do Hospital São Francisco Xavier, mas Graça Freitas afirma que este tipo de casos são naturais acontecer. “A boa notícia é que o hospital deu o alerta a partir do momento em que detetou três casos e que tomou medidas para evitar o contágio”, disse.

Os doentes são na sua maioria idosos com fatores de risco associados.

Horas antes, em comunicado, a DGS informava que “na sequência da investigação epidemiológica, de forma a avaliar a situação, recolheram-se amostras em vários pontos dos circuitos de água do Hospital de São Francisco Xavier. Estas amostras foram analisadas no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e revelaram a presença de Legionella. Pelo princípio da precaução foram tomadas as medidas adequadas para interromper a possível fonte de transmissão”

“De forma a facilitar a implementação das medidas de controlo, o INEM irá redirecionar temporariamente para outras instituições hospitalares os doentes mais graves que se destinariam ao Serviço de Urgência do Hospital de São Francisco Xavier, que se irá manter aberto para os restantes doentes”, acrescenta o comunicado.

A doença, lembra a DGS, transmite-se através da inalação de aerossóis contaminados com a bactéria e não através da ingestão de água. A infeção, apesar de poder ser grave, tem tratamento efetivo.