Numa iniciativa da Delegação de Lisboa da APRe!, realizou-se neste sábado, 10 de Dezembro, no restaurante “Pano de Boca”, o almoço comemorativo do 4º aniversário da nossa Associação.
Estiveram presentes a nossa Presidente, Maria do Rosário Gama, elementos dos Órgãos Sociais e, como convidada, Maria do Céu Guerra, actriz sobejamente reconhecida pelo seu talento artístico e empenhamento na defesa de causas sociais como a do envelhecimento digno, tão bem tratado no seu último filme “Os gatos não têm vertigens” de António Pedro Vasconcelos.
Revitalizar a APRe!
Com cerca de uma centena de participantes o almoço foi bem animado e, conforme sublinhou o Delegado Regional, Vitor Ferreira da Silva, visou o reforço da coesão da estrutura regional, promover o convívio entre dinamizadores e associados dos diferentes Núcleos e estimular a reflexão conjunta sobre problemas que nos afectam enquanto reformados. Salientou ainda as dificuldades que se conhecem no plano social e político, exigindo a mobilização crescente de todos nós, visando a “revitalização” da acção da APRe!
Via decente para envelhecimento decente
Numa curta intervenção, a nossa Presidente, Maria do Rosário Gama, lembrou a coincidência de na mesma data do almoço se celebrar o Dia Internacional dos Direitos Humanos honrando o dia em que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou, a 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Os direitos dos idosos estão, naturalmente, incluídos nesse conceito e ao ritmo actual os cidadãos com mais de 60 anos serão em 2050 mais de 1.400 milhões, representando cerca de 20% da população mundial e justificando assim o slogan “Não somos descartáveis”.
Da actividade da Associação destacou os esforços para se fazer representar no Conselho Económico e Social, no conselho consultivo da ADSE e noutras entidades importantes para a definição de políticas dirigidas à temática do envelhecimento numa estratégia de fazer participar os reformados e idosos em geral nas instâncias em que se definem as políticas que lhes dizem respeito. A par do estímulo à intervenção cívica dos idosos, esta estratégia contribuirá para edificar uma “via decente para um envelhecimento decente”.
Momento cultural
O almoço foi complementado por um muito agradável momento cultural que em muito contribuiu para o sucesso desta iniciativa.
Deliciando-nos com a sua extraordinária capacidade declamatória, Maria do Céu Guerra disse três poemas que abordavam a velhice de forma positiva e descomplexada: “Os velhos de Lisboa” (Alexandre O’Neill); “Facto Fado” (João Pedro Gravato Dias – excerto); e um poema extraído da obra “Discurso sobre a reabilitação do real quotidiano” (Mário Cesariny).
Também o fado esteve presente pela voz de duas das nossas associadas, Anabela Paixão e Maria da Graça Serrão, que acompanhadas por Fernando Heleno (viola de fado) e Carlos Albino (guitarra portuguesa) nos deram momentos deliciosos cantando, “Loucura” e “Rapsódia de 5 fados” (Anabela Paixão) e “Saudade das saudades” e “Asas” (Maria da Graça Serrão).
Presentearam-nos ainda com dois fados, Fernando Martins e Ângela Dias da Silva (da Direcção da APRe!), num momento de improviso muito agradável
A finalizar, José Manuel Gil, também nosso associado, brindou-nos com uma surpreendente interpretação do “Manifesto Anti-Leitura” de José Fanha.