O virologista Pedro Simas explicou, ontem domingo, que as medidas de prevenção contra a nova variante do coronavírus, identificada no Reino Unido, são iguais às que até aqui têm sido anunciadas, mas lembra que é necessário que ser “sempre rigoroso” na hora de se proteger.
Pedro Simas |
“Na forma como nos protegemos temos de ser sempre rigorosos. E a coisa boa é que, independentemente desta variante ser 70% mais eficaz a disseminar-se, as medidas que temos de distanciamento físico e uso da máscara são igualmente eficazes para um vírus que se dissemina muito bem ou um que se dissemina menos bem”, disse o virologista.
Para além disso, Pedro Simas defende que é importante iniciar rapidamente a vacinação, principalmente nos grupos de risco, para evitar um crescente número de mortes associadas à covid-19.
“Eu acho que é muito importante vacinar e é muito importante começar a vacinar os grupos de risco. Porque o problema desta pandemia são os grupos de risco, as mortes nos grupos de risco e as pessoas que nós queremos salvar. Portanto, quanto mais cedo se começar a vacinar os grupos de risco melhor, mais protegidos eles ficam. E em principio desaparece o problema da pandemia. Pode continuar o vírus pandémico mas começa a circular nas populações que não são de risco e não é tão grave”, sublinha.
Sobre a possibilidade de esta variante genética vir a ter um impacto na imunização da população, o virologista lembra que é possível adaptar as vacinas, tal como acontece na gripe.
“Se estas variantes genéticas vão, alguma delas, ter impacto nas vacinas que estamos a utilizar – a probabilidade é pequena, mas mesmo que tenha – nós podemos mudar a vacina como o fazemos para a gripe. Não é nada que não esteja ao nosso alcance”, remata Pedro Simas.