Eu e nós

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 A pandemia levanta de novo a equação entre a liberdade individual e o bem comum.

Raquel Duarte- Pneumologista

 

É importante retomar a nossa vida – que as escolas abram, que a economia volte à sua normalidade, que as pessoas voltem a encontrar-se. A abertura progressiva das medidas restritivas assenta, a cada passo, na confiança de uma população responsável que pensa em si, nunca esquecendo os outros.

Temos hoje capacidade de testagem, que permite a deteção precoce dos casos e a implementação das medidas de saúde pública adequadas; há vacinas eficazes na redução das formas graves de doença, da mortalidade e do risco de transmissão, verificando-se já o seu efeito protetor nos grupos vacinados; conhecemos a forma de transmissão e os cuidados a ter para a evitar.

À medida que mais pessoas vão ficando imunizadas, vamos tendo uma segurança acrescida. Essa segurança vai depender da velocidade de vacinação, das variantes em circulação no país e do tempo de imunidade conferido pela vacina.

Passámos a fase de ver a luz ao fundo do túnel, para passarmos a ter uma luminosidade crescente no nosso dia a dia. Mas ainda não estamos numa época covid-free; ainda temos vírus a circular, doentes com formas graves de doença; ainda podemos infetar os nossos contactos e permitir que a doença se continue a transmitir; e – atenção! – ainda enfrentamos o risco de surgimento de novas variantes menos controláveis pela vacina, à medida que acumulamos contactos e infeções. É por tudo isto que um último período de esforço de adoção das regras preventivas é essencial.

Estamos numa fase do controlo da pandemia em que cada passo é baseado na confiança e essa confiança não pode ser traída. Temos de poder contar com cada um de nós.

https://www.jn.pt/opiniao/convidados/eu-e-nos