O Porto tem um novo espaço que relembra as atrocidades cometidas contra os judeus durante a II Guerra Mundial. O Museu do Holocausto, na Rua do Campo Alegre, poderá ser visitado gratuitamente quando o confinamento terminar e os espaços culturais reabrirem.
Museu do Holocausto do Porto |
Durante a II Guerra Mundial, o regime nazi alemão de Adolf Hitler foi responsável pelo assassinato de 5,7 milhões de judeus, meio milhão dos quais crianças – um dos genocídios mais chocantes da história da humanidade. O Terceito Reich perdeu a guerra, mas continuam a ser travadas batalhas para que a memória prevaleça e a história não se volte a repetir.
Um pouco por todo o mundo existem museus dedicados ao Holocausto, como os de Washington, Buenos Aires, Sydney, Curitiba ou Montreal. Agora existe no Porto o primeiro Museu do Holocausto da Península Ibérica, pelas mãos da Comunidade Judaica do Porto (CIP/CJP). Dela fazem parte membros cujos pais, avós e familiares foram vítimas de Hitler. Têm muitas histórias para contar, nenhuma delas de embalar. Como a de Luísa Finkelstein, que no vídeo de apresentação do museu recorda os familiares fuzilados após terem sido forçados a cavar uma vala comum. Ou a dos avós de Michael Rothwell, tesoureiro da CIP/CJP, que em 1943 foram “transportados como gado” para o campo de extermínio de Auschwitz, onde foram separados, sujeitos a abusos e, por fim, assassinados. “Os meus avós eram bons patriotas alemães – os meus tios-avós deram mesmo a vida pela pátria na Primeira Guerra Mundial – e amavam um país que também era deles”, conta. Também Jonathan Lackman partilha memórias: “O meu avô fugiu de Treblinka e a minha avó foi resgatada com tifo do campo de Bergen-Belsen, no Norte da Alemanha, onde faleceu Anne Frank. Contarei sempre a história deles”.
Portugal manteve-se neutro durante a II Guerra Mundial, e acabou por receber cerca de 50 mil refugiados. Muitos chegaram à cidade do Porto entre Abrill de 1940 e Abril de 1941, na sua maioria oriundos da Bélgica, França e Luxemburgo, países que foram ocupados pelos nazis. Isabel Lopes, vice-presidente da CIP/CJP, explica que alguns membros desta comunidade chegaram a ir “buscar refugiados aos Pirenéus e trouxeram-nos para a segurança do Porto”.
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