Portugal tem uma das mais baixas percentagens da Europa de teleassistência em casa para os mais velhos. Especialista defende que esta pode ser a solução para muitos idosos não acabarem num lar.
Medir e acompanhar a tensão arterial dos idosos ou avisá-los quando devem tomar a medicação. Estas são duas das funcionalidades do novo sistema de teleassistência e telesaúde que será apresentado esta quinta-feira pela Associação Nacional de Cuidado e Saúde (ANCS).
Numa primeira fase, a ideia da associação sem fins lucrativos é conseguir a adesão de 20 municípios a um projeto-piloto que garanta este serviço a 50 idosos em cada concelho, estando já garantida a adesão das câmaras do Fundão e da Lousã.
José Serra, vice-presidente da ANCS, diz que a tradição em Portugal é colocar os idosos em lares. Contudo, isso não é a melhor solução, a não ser em casos limite, e o número de casas com teleassistência é muito baixo quando comparado com o resto da Europa.
O especialista diz que apenas 0,3% dos idosos portugueses têm teleassistência, enquanto que em Espanha são mais de 10% e no Reino Unido chega aos 17%.
A ANCS defende que Portugal está muito atrasado a este nível e por isso tem uma oportunidade para desenvolver um sistema mais avançado de teleassistência que em vez de apenas ajudar os idosos em situações de emergência também monitoriza, à distância, a sua saúde, num novo mecanismo de telesaúde.
José Serra diz que o sistema via telemóvel desenvolvido permite também acompanhar as medições de glicemia ou da tensão, bem como lembrar da medicação, cujas falhas são uma das principais razões para institucionalizar os idosos.