O Núcleo de Évora da APRe! recebeu um convite para participar numa sessão de trabalho organizada pelo CIMAC –Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central , no dia 9 de Julho, pelas 14.30h, nas instalações da ADRAL – Agência de Desenvolvimento Regional, SA, Évora, subordinado ao tema: Economia Social: estratégia de inclusão social para a região e consolidação da Economia Social como sector económico de importância regional, no âmbito do processo de elaboração de um Plano de Acção para o Alentejo Central, no quadro da preparação do novo ciclo de programação dos fundos comunitários para o período 2014-2020.
Apesar da tardia recepção do referido convite e à complexidade do tema a discutir, o que levou a que o Núcleo decidisse a sua participação apenas na véspera da referida sessão, o convite foi aceite, considerando o reconhecimento da importância do tema, bem como a necessidade de assumir a responsabilidade que o honroso convite significa para a APRe!.
O Núcleo foi representado pelo associado e seu membro dinamizador, José Brás que agradeceu o convite e fez uma apresentação nos objectivos e preocupações da APRe!, reconhecendo que pela relativa juventude da sua existência, estando em Évora ainda em plena fase de instalação no terreno social do Alentejo Central, O Núcleo local não podia ainda acrescentar à discussão na sessão, contributos de valor significativo.
Acrescentou ainda a determinação da APRe! na tarefa de contrariar as incompreensíveis medidas tomadas pelo Poder no quadro de uma Austeridade extrema, redutora de uma perspectiva de desenvolvimento económico e social, causadora de aprofundamento grave na situação de um crescente número de cidadãos atirados para as margens de uma vida com dignidade cidadã, e agravando ainda o quadro dos sistemas de protecção sócias e de assistência, públicos e privados e a possibilidade de uma verdadeira política de “economia social” no âmbito da economia geral.
Participaram na referida sessão, além de técnicos do CIMAC e da ADRAL, representantes da GNR, do IEFP, da Cruz Vermelha e da Associação Monte.
É de referir que das intervenções dos vários elementos presentes, ressalta a extrema e crescente dificuldade para agir no campo de cada uma e, sobretudo, a certeza de que face às especificidades da economia do Alentejo, a “Economia Social” só será viável no quadro do desenvolvimento da economia em geral na região, questão fulcral dada e debilidade actual num quadro em que os produtos do sector agrícola, como a carne, os vegetais, a cortiça, o olival, são preponderantes localmente e de importância significativa nacional, mas são transformados fora do Alentejo, temendo-se que o mesmo venha a acontecer com o futuro da zona irrigada pelo Alqueva. Mesmo zonas de significativo desenvolvimento industrial e comercial, como Vendas Novas, estão em rápido declínio pelo encerramento acelerado das empresas instaladas e pelo consequente desemprego acumulado. Deste quadro, confirma-se que apenas o sector público –Autarquias e “Economia Social”, têm tido capacidade de gerar emprego, situação dramaticamente posta em causa pelas medidas do Poder Central.
Ainda outra das conclusões, é de que os processos, métodos e directivas que acompanham a construção dos consecutivos Planos de Acção europeus para intervir no sector, vêm repetindo os mesmos erros sem atenderem às especificidades de cada região nem ouvirem os interventores locais, levando à perda de eficácia na sua aplicação.
As organizações presentes irão ser convidadas de novo no terceiro trimestre deste ano para debaterem o tema na fase de ultimar o Documento da responsabilidade do CIMAC.
José Brás