COMUNICADO
87,5% das pessoas que morreram com COVID-19 tinham mais de 70 anos!
Desde que o Plano de Vacinação foi publicado, com a clara intenção de “Salvar Vidas”, criaram-se expectativas na população idosa, com base nas prioridades definidas nesse plano consensualizado. Contudo, a uma maior escassez de vacinas face ao que se previa para a 1.ª fase do plano de vacinação, tem vindo a corresponder uma “maleabilização” do plano, com a definição de mais pessoas/grupos como prioritárias e, portanto, incluídas na 1.ª fase. Podemos estar perante processos menos claros de alteração do plano, induzindo todos os grupos a perfilarem-se para novas prioridades. Com todos os sectores profissionais a solicitarem ser vacinados e dada a escassez de vacinas, os escalões de 65 a 69 anos, de 70 a 75 anos e de 75 a 79 anos, vão ficando para trás, sem garantia de virem a ser vacinados em abril, como o previsto. Paralelamente, os grupos de risco definidos como prioritários na 1.ª fase vão vendo a sua vacinação sendo adiada e ocorrendo a ritmo lento. Qualquer Plano tem que suscitar confiança na população, mas este que está a ser alterado após cada reivindicação deixa de ser um Plano. Há pessoas com 70 e mais anos e com doença crónica grave, considerada para inclusão na primeira fase, (doença coronária, por exemplo) que ainda esperam.
Porque o risco de mortalidade para os mais velhos não se alterou:
- A APRe! rejeita qualquer alteração que ponha em causa as prioridades estabelecidas no Plano, nomeadamente a proteção das pessoas mais frágeis. A interposição duma prioridade de natureza profissional vai deixar muitas pessoas vulneráveis para trás.
- A APRe! rejeita qualquer alteração ao Plano de Vacinação, em função dos grupos de pressão.
- A APRe! exige que os poderes públicos, europeus e nacionais, não se subjuguem às farmacêuticas, que as pressionem com a abertura das patentes para a produção de mais vacinas e cumprimento dos prazos contratados.
- A APRe! exige saber se o cumprimento do plano no grupo “Salvar Vidas” – em que era suposto a primeira fase, onde estão as patologias com maior incidência e maior risco em termos de Covid-19, estar concluída até pouco depois do final do primeiro trimestre – não fica comprometido com a introdução de novos “prioritários” no grupo “Preservar a Resiliência”.
Coimbra, 12 de março de 2021
Pela Direcção da APRe!
Maria do Rosário Gama
(Presidente da Direcção)