Apesar dos erros assumidos, o FMI mantém o rumo nos países resgatados.
Tem sido largamente comentado o último exercício de autocrítica do FMI. Este documento, de um organismo interno (mas independente) do próprio FMI, formula críticas arrasadoras à participação do Fundo nos três resgates a países do euro: Grécia, Irlanda e Portugal.
O relatório acusa particularmente alegados erros do FMI na Grécia, mas também aponta alguns em Portugal, como a falta de atenção aos problemas da banca portuguesa.
Não é a primeira vez que o FMI torna públicas autocríticas. Por exemplo, o anterior economista-chefe da instituição, Olivier Blanchard, havia levantado dúvidas sobre as previsões optimistas do FMI. Também a directora do FMI, Christine Lagarde, exprimira reparos a um possível excesso de austeridade.
Só que estas críticas não tiveram eco nas equipes do FMI junto dos países resgatados… Afinal, quem manda no FMI?
Recorde-se que, dos três membros da “troika – Comissão Europeia, BCE e FMI – só este último tinha experiência de resgates financeiros. Ora, se o FMI demonstrou tanta incompetência, bem pior terão sido os outros dois. Lamentável.
Francisco Sarsfield Cabral