O Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), constituído por reputadíssimos técnicos do sector, veio confirmar o que já se sabia e muita gente diz, mesmo contra o papagueado pelo Governo: as políticas governamentais recentes e a presença da ‘troika’ afectaram muito os cuidados de saúde, e o próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Entre outras coisas, concluíram que o número de enfermeiros anda “claramente abaixo” da média da OCDE (países desenvolvidos), os médicos estão mal distribuídos, o valor das taxas moderadoras afasta os utentes, faltam de camas, medicamentos, etc.
Já vimos que, mesmo em campanha eleitoral, este Governo limita-se a desmentir o óbvio, incluindo quando é apresentado por especialistas como estudo; portanto, se queremos mudanças, temos que provocá-las em eleições.
Nem sabia de coisas que dizem os membros do OPSS. No entanto, caíram-me mal várias atitudes deste Governo na área da Saúde, a começar pelo exagero de burocratização, fixando tempos específicos para actos médicos, que pela sua essência não podem ser medidos ao segundo ou ao minuto. Agora estou ainda mais arrepiado.
Continuo com a ideia de que a única razão da popularidade do ministro da Saúde, na própria maioria, era achar-se que ele não concordava com Vítor Gaspar. Mas só isso devia dar popularidade a uma esmagadora maioria dos portugueses (só deviam ficar de fora Passos, Mº Luís Albuquerque e poucos mais).
Pedro d´Anunciação
Opinião Sol 19.06.2015