NO TEMPO QUE PASSA
Crónica de Eduardo Gonçalves na Rádio Boa Nova
Oliveira do Hospital
Oliveira do Hospital
Aposentados, reformados e pensionistas
Nos últimos anos, os reformados e pensionistas viram os seus rendimentos substancialmente reduzidos. Foram os cortes nas pensões, a alteração nos escalões de IRS e a subida na contribuição para a ADSE, no caso dos funcionários públicos. A tudo isto se soma suportar o aumento do IVA, o preço dos transportes , a introdução de pagamentos das portagens nas antigas SCUT’s, e mais recentemente a alteração do recebimento dos subsídios de férias e de Natal.
Daí que, tenhamos vindo a ver frequentemente mulheres e homens grisalhos nas ruas a manifestarem-se. Para alongar a idade da reforma foi criado o chamado “Factor de Sustentabilidade”, uma vez que a Esperança de Vida tem vindo a aumentar. No nosso país, hoje, a Esperança de Vida é de 82,6 anos para as mulheres, e de 76,5 anos para os homens, estando ambos acima da média europeia. As mulheres vivem em média 62,2 anos e os homens 61 anos, sem problemas de saúde limitativos ou incapacitantes. Entre 1980 e 2010 houve um ganho de 6 anos na esperança média de vida na União Europeia. Foram conquistas proporcionadas por melhores cuidados de saúde. Mas, com o aumento das taxas moderadoras e a dificuldade de muitos idosos não poderem comprar todos os medicamentos que lhes foram diagnosticados, e, consequentemente diminuir as doses da medicação por sua iniciativa, por cá, é bem possível que, futuramente haja uma alteração negativa da Esperança de Vida.
Porém, com o nosso poder de compra a baixar, neste momento é já de 25% abaixo da média europeia, as condições de vida atingem a população em geral, mas atingem mais, quem gostaria de envelhecer em tranquilidade. Na Zona Euro somente a Estónia tem menos poder de compra que nós. Se considerarmos o indicador “Consumo Efectivo dos Indivíduos”, dado mais fiável para medir o poder de compra das famílias, estamos 29% abaixo da Zona Euro e 33% abaixo da média da Europa dos 27.
No sentido de representar os direitos que assistem aos que já deixaram de trabalhar, no dia 22 de Outubro do ano passado constituiu-se, em Coimbra, a APRe – Associação dos Aposentados, Pensionistas e Reformados, que, segundo os seus promotores, deveu-se “á falta de uma estrutura que represente os reformados, aposentados e pensionistas levando à criação de uma amplo movimento cívico, de protesto e reivindicação, à margem de qualquer organização política e sindical, de forma a garantir os seus direitos consignados na Constituição”.
A sua sede é em Coimbra, e vários núcleos já se constituíram, como por exemplo, na Ajuda e Belém, em Lisboa; Almada, Ericeira, Amadora, Portimão, Linda-a-Velha, Sintra, Abrantes ou Caldas da Rainha. Se quiser saber mais sobre esta associação, pode visitar o seu lugar na Internet, basta clicar APRe.
Defender os nossos direitos é um dever que, democraticamente, nos assiste.