É indiscutível que os problemas de segurança colectiva, as questões monetárias internacionais, a regulação bancária, a sustentabilidade do ambiente e outros que a globalização tem vindo a acentuar.
Muitas vezes ouvimos dizer a propósito da União Europeia: “não podemos resolver a crise dos refugiados ou a regulação bancária ou isto ou aquilo sem uma União forte e actuante”.
Do meu ponto de vista este é um raciocínio falacioso, a não ser que “União forte” se entenda num sentido específico que já concretizaremos.
É indiscutível que os problemas de segurança colectiva, as questões monetárias internacionais, a regulação bancária, a sustentabilidade do ambiente e outros que a globalização tem vindo a acentuar, para serem adequadamente enfrentados, exigem hoje um nível de cooperação entre estados superior ao que existia no passado e não só, diga-se, entre estados europeus.
Mas estar consciente desta realidade não significa dar o salto que os europeístas convictos (como eles próprios de autodenominam, na verdade federalistas) dão que é necessário que essa cooperação se faça com uma concentração progressiva mas rápida de todo o poder relevante em Bruxelas, assim se criando uma espécie de super-estado europeu.
É necessário combater esta ideia inaceitável em termos nacionais e extremamente perigosa para a paz na Europa.
Na realidade, a centralização de poder é domínio sobre os estados e não cooperação entre estes. E com possível excepção dos Portugueses, que infelizmente aceitam de forma acrítica toda a propaganda que vem de Bruxelas, a grande maioria dos eleitorados europeus não aceita o domínio que o centro quer exercer sobre os estados.
É aqui, nesta não-aceitação, que reside o maior risco para a paz na Europa. É, por isso, urgente substituir a União actual e o seu centralismo absurdo sediado em Bruxelas por uma nova organização que renove o princípio da cooperação entre estados iguais e soberanos sem domínio pelo centro. Este é o único sentido viável que pode ter o conceito de uma “União forte”.